segunda-feira, 11 de abril de 2011

Do que a escola ensina: ser, não ser ou parecer?


"[...] normalmente, o conteúdo oficial do currículo, imposto desde fora para a aprendizagem dos alunos/as, [...], não cala nem estimula interesses e preocupações vitais da criança e do adolescente. Converte-se assim numa aprendizagem acadêmica para passar nos exames e esquecer depois, enquanto que a aprendizagem dos mecanismos, estratégias, normas e valores de interação social, que requer o êxito na complexa vida acadêmica e pessoal do grupo da aula e do colégio , configura paulatinamente representações e pautas de conduta que estendem seu valor e utilidade além do campo da escola. Esta vai induzindo assim uma forma de ser, pensar e agir, tanto mais válida e sutil quanto mais intenso seja o isomorfismo ou semelhança entre a vida social da aula e as relações sociais do mundo do trabalho ou na vida pública." (Angel I. Pérez Gómez*)

Só pra registrar: lembrei muito da minha escola a partir deste trecho.
Muito mais do que o conteúdo dos livros, o que aprendi estava subjacente nas relações interpessoais que vivenciei e observei.
Estranhamente, foi na escola que aprendi muito a respeito de como se comportar socialmente: mais importante do que ser, é parecer, porque quem só parece goza dos benefícios de ser. Entretanto, quem é mas não aparenta, passa a ser considerado como se não fosse...
Mas os sofistas já contavam essa história há muuuuuuuito tempo.

* Sacristán, J.G. e GÓmez, A.I.P. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

Nenhum comentário:

Postar um comentário