quarta-feira, 4 de maio de 2011

Ensino e ideologia


Neste domingo (01/05), a Folha de São Paulo trouxe à tona uma importante questão a respeito da Política Nacional do Livro Didático (PNLD) do Ministério da Educação: ao abordarem os últimos governos, alguns dos livros de História aprovados criticam FHC e elogiam Lula.
Segundo o jornal, "97% da rede pública de ensino utiliza os livros do programa, os quais são inscritos pelas editoras e avaliados por comissões de professores de Instituições Públicas de Ensino Superior. São analisados critérios como correção das informações e qualidade pedagógica. As obras aprovadas são resenhadas e reunidas em um guia, que é enviado às escolas públicas para escolha dos professores."
Questionado, o Ministério da Educação alega utilizar-se de critérios técnicos para aprovar os livros, vetando as obras que "fizerem doutrinação política ou religiosa".

Não acho que critérios técnico-objetivos sejam suficientes para avaliar um livro didático, ao passo que julgo também não ser possível escrever ou realizar o processo de ensino-aprendizagem sem antes 'subjetivar' método e conteúdo - mesmo que de forma não deliberada. Não somos alheios ao mundo em que estamos inseridos, tampouco nossos objetos estão isolados de quaisquer influências. Pelo contrário, desde uma primeira abordagem efetuamos recortes, cujos critérios para exclusão ou inserção ultrapassam projetos pedagógicos.
Iludimo-nos com esta que pode ser "lobo em pele de cordeiro": a imparcialidade também carrega consigo muita ideologia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário