quinta-feira, 16 de junho de 2011

Avaliação formativa para promover a aprendizagem

Da interessante perspectiva formativa, o objetivo da avaliação deve ser a formação do aluno – e não a contabilização dos seus erros. Dessa forma, a avaliação deve ser uma parte do processo de aprendizagem, e não apenas o momento para verificação desta, a avaliação formativa contribuirá para o sucesso escolar – e não o contrário.
A avaliação formativa é processual: muito mais do que no resultado, ela está focada no desenvolvimento, no caminho que culminará nos efeitos desejados. Dessa maneira, da perspectiva formativa, é desejável que o professor utilize instrumentos e métodos que possibilitem a avaliação continuada – um portfólio, por exemplo. Sendo a avaliação considerada uma forma de aprender também, ela não mais se limitará a aferir o aprendizado em determinado momento. O professor informará ao aluno sobre o seu desempenho e, ao fazê-lo, terá também respostas contínuas sobre o seu ensino, seus métodos e suas práticas; dessa forma, é possível que ambos aprendam.
Para Mendez, autor de "Avaliar para conhecer, examinar para excluir", a dita objetividade na avaliação é um artifício que, com o objetivo de promover igualdade de condições, cria contextos artificiais, acabando por suscitar um efeito contrário àquele que objetivam. Avaliações objetivas normalmente são excludentes por serem massificadas: não contemplam as especificidades de aprendizagem dos sujeitos singulares – cada qual aprendendo à sua maneira – e da diversidade do grupo.
As questões que constituirão a avaliação devem despertar o interesse do estudante e estimular a sua inteligência. Dessa forma, as perguntas que fomentam o desenvolvimento de respostas próprias contribuem para o processo de aprendizagem muito mais do que aquelas cujas respostas serão iguais para todos os alunos.
Em tempos de informação abundante e acessível a um clique, não é cabível, tampouco suficiente, a verificação de saberes superficiais, que exijam a memorização e facilitem a cópia. Ao contrário: a avaliação deve exigir respostas “personalizadas”, que impliquem na fundamentação, análise, avaliação ou aplicação da aprendizagem.
Portanto, ao invés de solicitarmos uma pesquisa, por exemplo, sobre a vida e a filosofia de determinado filósofo – que, sendo pouco ou nada reflexivo, poderia dar margem ao “copia e cola” do google, é mais formativo que façamos perguntas que exijam respostas pessoais e diversificadas. Nesse sentido, não nos absteríamos da pesquisa de determinado filósofo, mas mudaríamos o seu foco através perguntas que demandassem o posicionamento do estudante em relação ao conteúdo pesquisado: “qual a sua opinião sobre...? Justifique sua resposta.”, “você concorda com...? Justifique a sua posição.”, “você acha que...? Por quê?”.
Este modo de conceber e executar a avaliação é, como defende o próprio Mendez, uma forma mais justa de atribuir valor à aprendizagem e, o que é melhor e mais desejável, promovê-la.
Abaixo, disponibilizo as principais características das avaliações formativa e tradicional em um mapa conceitual que fiz.


MENDEZ, J.M. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

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